Ciranda

Hoje estou daquele jeito.
Daquele jeito que você sabe:
Sem lado,
Sem espaço,
Sem máscara.

Daquele jeito sem jeito.
Estou, mas não fico.
Digo, mas não concluo.
Reflito pausadamente
E não escolho palavras,
Mas elas vão fazendo sua ciranda
E se encaixando, vez ou outra.

Ás vezes é necessário criar
Pontes entre as palavras
Porque a ciranda não é de roda,
Não é um ciclo


E não se fecha.
A ciranda é quase um minueto
- Sem pares.

Meus lados que não se encontram
Usam dessas palavras num discurso mudo.
Antes de proferidas, já teem coreografia.
Sim, não sou capaz de acompanhá-las.

Por isso ligações, apostos, vocativos...
Ao final, a coreografia se encerra.
Cheia de vírgulas, hífens.
Eu é que não sei colocá-las nas páginas.







Foto by Van Robin







3 comentários:

  1. sempre belíssimo Gi! grande beijo minha amiga!

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  2. Gi:

    É o meu número um ;)

    Gostei muito... da sensibilidade, das palavras que se auto elegem!

    Beijos =)

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  3. Muito obrigada,
    Dilsinho e Nadine,
    Por seus generosos comentários e pela visita!

    Um abraço infinito aos dois ;)

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