Olho para dentro
Olho para o fundo
Se me retomo, é porque
Ao olhar para dentro, lhe vejo.
Não se dissocia o verso de suas raízes.
E que outra raiz há, senão a interminável busca de si?
Ainda que visse todos os versos,
Todas as cores e suas ausências
Todas as emoções, suas noites e dias,
Luzes e escuridão,
Ainda assim veria.
Ainda que se ausente,
Seu lugar é cativo, inocupável.
AoMesmoTempo
Deixei a pretensão fora do computador: nesta tela, se encontram pensamentos vagos, catarses e confissões... Portanto, deixa-me feliz a visita, o comentário e a generosidade de quem compreende que a criação não carece de títulos, de análises acadêmicas: a criatura pode ser boa ou má, contenta-se em ser liberta!
Dos passos
Toda vez que buscava
o sonho
encontrava
a palavra.
Toda vez que buscava
a palavra
era desfeito
o sonho.
Amaríssimo
Tempo
Distância
Colibris se tornam rolinhas
Janelas são celas
Pintura abstrata
Borrão indescritível.
Quem lhe disse
Que tudo isso
Não seria visto
Olho a olho
Odores se misturando?
Nada extraordinário
Nessa vida passível
De ser vivida
Somente na corda-bamba
De renúncias e concessões.
Distância
Colibris se tornam rolinhas
Janelas são celas
Pintura abstrata
Borrão indescritível.
Quem lhe disse
Que tudo isso
Não seria visto
Olho a olho
Odores se misturando?
Nada extraordinário
Nessa vida passível
De ser vivida
Somente na corda-bamba
De renúncias e concessões.
Tela
O tapete verde se estende
do asfalto às bainhas das matas.
Esparsos, coqueiros
sem brilho
Onde pontos brancos pastam.
Rasgando chão vermelho,
rastros de homens, muares.
Na encosta desnuda
ninhos de térmitas redesenham o relevo.
Vez ou outra,
Encravam-se no mato
casebres inacabados
currais improvisados
os casarões com cenário próprio
recepção de ipês,
mulungus centenários.
Nos cortes, samambaias
orquídeas endêmicas
cristais entre silte.
Colinas a perder de vista
de eucaliptos.
Os animais já nos abandonaram
somente prateadas imbaúbas
tardias acácias
Desafiam o verde.
do asfalto às bainhas das matas.
Esparsos, coqueiros
sem brilho
Onde pontos brancos pastam.
Rasgando chão vermelho,
rastros de homens, muares.
Na encosta desnuda
ninhos de térmitas redesenham o relevo.
Vez ou outra,
Encravam-se no mato
casebres inacabados
currais improvisados
os casarões com cenário próprio
recepção de ipês,
mulungus centenários.
Nos cortes, samambaias
orquídeas endêmicas
cristais entre silte.
Colinas a perder de vista
de eucaliptos.
Os animais já nos abandonaram
somente prateadas imbaúbas
tardias acácias
Desafiam o verde.
19:44 - Caetés
A alma estava
molhada
ainda que as ondas
não chegassem aos pés.
Com quantos moinhos lutei,
protegendo o indefensável?
ainda que as ondas
não chegassem aos pés.
Com quantos moinhos lutei,
protegendo o indefensável?
Ah,
centopéia...
Ah, polidáctila...
Só lhe cortarão as asas!
Ah, polidáctila...
Só lhe cortarão as asas!
Tome o chá
sem oras,
Deixe que o vento leve a estola.
Verá que ela é quem era!
Deixe que o vento leve a estola.
Verá que ela é quem era!
Apoiava-se sobre o crânio ressequido
de vida, de paixão e de humanidade.
Da forma de
corpo
Sombras de hipóteses
Teorias do medo
Solta-se a pele
da víbora nascida.
Sombras de hipóteses
Teorias do medo
Solta-se a pele
da víbora nascida.
até de palavras.
O veneno é que se define pela dose.
Embriago-me de sobriedade.
Pó
Então é este
seu esconderijo?
É por estas frágeis palavras
e heroicos poemas
que se esconde o pré-homem?
Sem asas ou saltos livres
é por este precipício
que se joga a cada noite
com luzes e drogas artificiais?
É por estas frágeis palavras
e heroicos poemas
que se esconde o pré-homem?
Sem asas ou saltos livres
é por este precipício
que se joga a cada noite
com luzes e drogas artificiais?
Deste
orifício
sem lentes
é que escande
as almas desconhecidas?
Nesta mesa
sem cores
é que cria
a suavidade da pele
que jamais tocou?
Sobre estes lençóissem lentes
é que escande
as almas desconhecidas?
Nesta mesa
sem cores
é que cria
a suavidade da pele
que jamais tocou?
de austeridade e soberba
é que se coloca
entre mendigos
de ruas boêmias?
É por este fiapo de luz
que vislumbra
seu inquestionável mundo
de criaturas repugnáveis?
Apaixonado (Desesperado)
Se seus olhos
mirassem
outros olhos
e sua alma
daquela outra
se apartasse
lindo parto
de partituras
afins
sonetos
claros
precisos
necessários.
mirassem
outros olhos
e sua alma
daquela outra
se apartasse
lindo parto
de partituras
afins
sonetos
claros
precisos
necessários.
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