Deixei a pretensão fora do computador: nesta tela, se encontram pensamentos vagos, catarses e confissões... Portanto, deixa-me feliz a visita, o comentário e a generosidade de quem compreende que a criação não carece de títulos, de análises acadêmicas: a criatura pode ser boa ou má, contenta-se em ser liberta!
Sem nome, sem tamanho

Desconfortável
E alguém quis sentar-se
E a mesa para um é simplória
E a mesa para dois é forçosa
E a mesa para mais não interessa
E toda a garrafa,
Para um é muito
Para dois talvez
Para mais, uma celebração.
E a palavra,
Para um é loucura
Para dois, desnecessária.
Para mais, exigência.
Mas a porta de saída é próxima
E o teclado mais ainda
E o off não carece de raciocínio
E não existe pesar virtual.
Ele só existe para o que é real.
E a mesa fica para um.
...Ou vazia.
Mas onde está Peter Pan???
Ele pode voar (o que faz com muita facilidade...) mas adora ter os pés no chão e sonhar comigo.
É capaz de criar um cenário maravilhoso e curmprir todos os rituais sem pesar, pois sabe que isso me faz feliz, me faz guardar o bilhetinho do buquê e o papel do bombom;
Ele fala muitas línguas, não obstante, nos entendemos em qualquer delas.
Aliás... ele entende até meu silêncio, e é capaz de, quando estou triste, ouvi-lo durante um abraço infinito até que o sol nasça;
Hoje, se quero colo, ele só tem duas ações: ordena Venha imediatamente para cá! ou pergunta A que horas seu vôo chega?
Ele conhece cada detalhe de minha mente, do meu corpo e do meu coração.Liga do bar, de sua mesa cheia de amigos e amigas, a qualquer hora, para dizer que está feliz: ouviu um punk rock britânico qualquer da década de 70/80 e lembrou-se de mim;
Apesar de viver num meio de celebridades, status e muito dinheiro, nunca se esquece daquele dia, em que eu o dirigi para a prova de improvisação do teatro...
Ele apresentou A Puta, de Drummond... ensaiado ao som de Party Girl...
Conhece muitas músicas, de seus tempos de vocalista e de seu grande conhecimento: dedica a cada um a sua música, não as repete a ninguém.
Como não posta os mesmos versos elogiosos a várias pessoas...
Quando resolvi mostrar a alguém meus poemas, enviei a um “poeta” e a “meu” Peter Pan: o “poeta” me respondeu “lindo”.
“Meu” Peter Pan enviou-me um e-mail com análises, críticas e sensações que fizeram enrubescer as morenas bochechas e, adicionalmente, a trilha sonora,
Conquistando seus dois desejos: publicar e musicar meus versos...
Conquistou, jamais me pediu qualquer coisa.
Ele conhece todo o meu mal e todo o meu bem, e os adora num alto de montanha, admirando um pôr-do-sol...
Pimentas para ele são tempero ou decoração, nada o amedronta.
Nos perdemos em discussões infinitas, sem jamais deixar de gostar, de respeitar...
Queria ter visitado o Louvre com ele, pois ambos amamos.
Quando dança qualquer ritmo comigo é um sonho, mas prefere me ver dançar e cintilar!
Seus recados nunca são apagados: todos que lá postam, ainda que não se conheçam, sabem o lugar que ocupam em seu coração e o peso de cada eu te amo que diz;
...Tamanha é sua transparência e sua dignidade....
E imaginar que eu me esqueci disso por um tempo, e quase caí!!!!
Mas “meu” Peter Pan me deu a mão, ele está sempre comigo.

Na sede de me encontrar, mergulhei em versos.
Quase amei, quase fui amada,
Acho que quase me encontrei.
Encontrei uma estagnação,
Que sobra quando até a tristeza já se foi.
Encontrei a neblina no escuro,
Que não se dissipa, mas anestesia,
Que não motiva, mas não amedronta.
Apenas preciso dar o próximo passo